terça-feira, 6 de maio de 2008

Opiniões sobre a obra de Solano Trindade

Carlos Drumond de Andrade, em carta a Solano, 02/12/1944: "A leitura dos seus versos deu-me confiança no poeta que é capaz de escrever Poema do Homem e O Canto dos Palmares. Há nesses versos uma força natural e uma voz individual, rica e ardente, que se confunde com a voz coletiva."

Roger Bastides, sociólogo e escritor francês, viveu no Brasil entre 1938-1954, autor de "A Poesia Afro-Brasileira", tradutor de "Casa Grande & Senzala" para o francês: "O senhor faz dos seus versos uma arma, um toque de clarim, que desperta as energias, levanta os corações, combate por um mundo melhor."

Darcy Ribeiro, no livro "Aos Trancos e Barrancos - Como o Brasil deu no que deu", 1985: "O Teatro Experimental do Negro funcionou como um núcleo ativo de conscientização dos negros, para assumirem orgulhosamente sua identidade e lutar contra a discriminação".

Abdias do Nascimento, escritor e político negro: "Entre os raros poetas negros que conheço neste Brasil mestiço, Solano Trindade é o que melhor me satisfaz. Ele é negro, sente como negro, e como tal cantou as dores, as alegrias e as aspirações literárias do afro-brasileiro."

Otto Maria Carpeaux, escritor e crítico literário: "Uma estante num armário meu está reservada para os poetas brasileiros. Não são muitos que guardo, e os que não pretendo reler estão atrás. Às vezes, conforme as mudanças violentas do meu gosto, mudam de lugar, saindo para a 1a. Há alguns que já mudaram várias vezes de lugar. O seu volume, que considero uma pequena preciosidade, entrou hoje na 1a fila; espero que continuará lá até, um dia, um leiloeiro apregoar as coisas que deixei ao descer para a cova e gritar: 'Volume de Solano Trindade, raro, valorizado por dedicatória do poeta ao defunto!'"

Nestor de Holanda, escritor, compositor e crítico, autor de "Itinerário da Poesia carioca", sobre o livro Poemas de uma Vida Simples: "A cor preta no Brasil está tendo agora, com o surgimento de Solano, o seu primeiro poeta nato, o seu primeiro cantor negro. Solano Trindade é o maior preto que a poesia negra possui. E nenhum negro interpretou tão bem e com tanto sentimento, até hoje, entre nós, o verdadeiro sentido da poesia preta."

Romão da Silva, escritor e jornalista: "Quem quiser pense ao contrário, mas na minha opinião, Solano Trindade, este grande poeta negro que Pernambuco deu ao Brasil, é o nosso Langston Hughes."

José Louzeiro, escritor: "Convivi de perto com Solano Trindade. Era um intelectual de intensa participação e tinha consciência de que poucos países desenvolvem uma política racista tão bem camuflada quanto o nosso."

Lauro Armando, poeta e escritor: "Grande poeta, grande lutador, grande negro, grande exemplo, enfrentando as barreiras da discriminação racial, com a mesma coragem com que Castro Alves, Luis Gama, Patrocínio e Joaquim Nabuco haviam denunciado as da escravatura."

Sérgio Milliet, poeta, ensaísta e um dos mais importantes críticos literários brasileiros, 1961: "Organizando bailados, editando revistas, promovendo espetáculos e conferências, incansável em sua atividade, poucos fizeram tanto quanto ele pelo ideal da valorização do negro. O livro Cantares ao meu Povo é a tomada de consciência disso a que Sartre chamou de negritude."

Álvaro Alves de Faria: "Solano, na verdade, não tinha muitas preocupações com as escolas literárias da poesia brasileira. Para ele, a poesia era realmente inspiração, aquele estado de espírito aberto ou à beleza ou à angústia. E esse estado Solano usou para falar -pelo menos no início da sua obra poética- de sua cor, na luta do negro quase sempre marginalizado."

Henrique L. Alves: "O criador do Teatro Popular Brasileiro, poeta, folclorista, cineasta figura humana pertencente ao circuito coletivo, está completamente olvidado. A memória nacional adormecida esqueceu o dia 24 de julho, oportunidade em que Solano cruzou o paralelo 70. Figura andante, pisou caminhos e semeou o amor ao folclore na tentativa de preservar nossas tradições através do teatro." (folheto publicado através do Ministério da Educação em 1978, quando Solano Trindade completaria 70 anos)

Edwaldo Cafezeiro: "Ao contrário de Cruz e Sousa, que sublimou no branco as atormentações de sua vida, Solano repousa tudo no seu canto e o seu canto na resistência e no brilho do ébano, do preto."

Fonte:

http://www.pe-az.com.br/biografias/solano_trindade.htm

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