sexta-feira, 18 de abril de 2008

TEM GENTE COM FOME

Trem sujo da Leopoldina correndo correndo parece dizer tem gente com fome tem gente com fome tem gente com fome.
Piiiiii
Estação de Caxias de novo a dizer de novo a correr tem gente com fome tem gente com fome tem gente com fome.
Vigário Geral
Lucas
Cordovil
Brás de Pina
Penha Circular
Estação da Penha
Olaria
Ramos
Bom Sucesso
Carlos Chagas
Triagem,
Mauá
trem sujo da Leopoldina
correndo correndo
parece dzier
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome
Tantas caras tristes querendo chegarem algum destino em algum lugar
Trem sujo da Leopoldina correndo correndo parece dizer
tem gente com fome
tem gente com fome
tem gente com fome
Só nas estações quando vai parando lentamente começa a dizer
se tem gente com fome dá de comer
se tem gente com fome dá de comer
se tem gente com fomedá de comer
Mas o freio de artodo autoritário manda o trem calar
Psiuuuuuuuuuuu

http://www.quilombhoje.com.br/solano/solanotrindade.htm

SOU NEGRO

Sou Negro meus avós foram queimados pelo sol da África minh'alma recebeu o batismo dos tambores atabaques, gonguês e agogôs .
Contaram-me que meus avós vieram de Loanda como mercadoria de baixo preço plantaram cana pro senhor do engenho novo e fundaram o primeiro Maracatu.
Depois meu avô brigou como um danado nas terras de Zumbi Era valente como quê Na capoeira ou na faca escreveu não leu o pau comeu Não foi um pai João humilde e manso.
Mesmo vovó não foi de brincadeira.
Na guerra dos Malês ela se destacou
Na minh'alma ficou o samba o batuque o bamboleio e o desejo de libertação...

SOLANO TRINDADE: Cantor da alma coletiva

Solano Trindade nasceu em Recife (PE), em 24 de julho de 1908, e morreu no Rio de Janeiro em 1974. Fez o curso propedêutico da Academia de Comércio de Recife, foi operário e funcionário público federal, no início de sua carreira (Serviço Nacional de Recrutamento). Publicou Poemas de uma vida simples, 1944, Seis tempos de poesia, 1958, e Cantares de um povo, 1963, entre outros.
Negra bonita

Negra bonita de vestido azul e branco
Sentada num banco de segunda de trem
Negra bonita o que é que você tem?
Com a cara tão triste não sorri pra ninguém?
Negra bonita
É seu amor que não veio
Quem sabe se ainda vem
Quem sabe perdeu o trem
Negra bonita não fique triste não
Se seu amor não vier
Quem sabe se outro vem
Quando se perde um amor
Logo se encontra cem
Você uma negra bonita
Logo encontra outro bem.
Quem sabe se eu sirvo
Para ser o seu amor
Salvo se você não gosta
De gente da sua cor
Mas se gosta eu sou o tal
Que não perde pra ninguém
Sou o tipo ideal
Pra quem ficou sem o bem...

SOLANO TRINDADE

EPIGRAMAS CAXIENSES

A cidade onde eu moro
É como o mundo tem criminosos e santos
Há os que exploram
E há os explorados
Quando o mundo mudar
A cidade onde eu moro
Mudará também.

SOLANO TRINDADE

NEGROS
Negros que escravizam e vendem negros na África não são meus irmãos.
Negros senhores na América a serviço do capital não são meus irmãos.
Negros opressores em qualquer parte do mundo não são meus irmãos.
Só os negros oprimidos escravizados sem luta por liberdade são meus irmãos.
Para estes tenho um poema grande como o Nilo.

SOLANO TRINDADE

Quem tá gemendo

Quem tá gemendo Negro ou carra de boi?
Carro de boi geme quando quer
Negro não
Negro geme porque apanha
Apanha pra não gemer
Gemido de negro é cantiga
Gemido de negro é poema
Geme na minh'alma
A alma do Congo
Do Níger, Da Guiné
De toda a África enfim
A alma da América
A alma universal
Quem tá gemendo Negro ou carro de boi?

quarta-feira, 16 de abril de 2008

SAMBA DA GRANDERIO 2007

"Vou falar da minha terra ô ô ôMinha fonte de riqueza
Vou abrir meu coração
E a história do meu chão vou cantar (vamos lá)
Ai que terra boa de plantar
Povo bom de trabalhar valente guerreiro
Que capinou ô ô foi carvoeiro
Construiu um município cem por cento brasileiro
Depois fabricou motor de avião
E criou um sindicato modelo de trabalho e união
Quando o Rio de Janeiro era capital
Imigrantes estrangeiros vieram pra cá
E o sonho caxiense se realizou
Foi preciso emancipar pra melhorar
Foram leis foram decretos mas a mão do povo prevaleceu

E na velha estação um adeus a Meriti Caxias nasceu

O homem da capa preta o rei da baixada
Ajudava o nordestino amigo da criançada
Salve a Igreja do Pilar.
Nossa crença, nossa fé
Joãozinho da Golméia foi o rei do Candomblé
Quero brincar a vontade
Lembrar com saudade a minha raiz
Cair na folia no grupo de congo
Quadrilha e calango eu vou dançar feliz
Na minha refinaria tem combustível para exportação
Eu sou de Caxias sou pura energia
Suficiente pra alegrar seu coração
Bom de bola bom de samba paixãoCom Perácio aprendi a sambar de pé no chão Igual Zeca Pagodinho deixa a vida me levar
Eu me chamo Grande Rio e qualquer dia chego lá"

ACADÊMICOS DO GRANDE RIO - 10 ! NOTA 10 ! QUATRO ANOS SEGUIDOS NO DESFILE DAS CAMPEÃS !!! ANO QUE VEM É NOSSO !!!

Zito de Rei a Sudito da Baixada Fluminense

LAU - Laboratório de Antropologia Urbana - IFCS/UFRJ

Alessandra Siqueira Barreto

http://groups.google.com/group/lau-ufrj

terça-feira, 15 de abril de 2008

Se roubarem seu celular sacaneie o ladrão.

Se roubarem seu Celular, sacaneie o ladrão
A DICA É MUITO INTERESSANTE, ATÉ PORQUE POUCA GENTE TEM O HÁBITO DE LER MANUAIS.
Agora, com esta história do 'Chip', o interesse dos ladrões por aparelhos celulares aumentou. É só ele comprar um novo chip por um preço médio de R$30,00 em uma operadora e o instalar no aparelho roubado.
Com isso, está generalizado o roubo de aparelhos celulares. Segue então uma informação útil que os comerciantes de celulares não divulgam. Uma espécie de vingança para quando roubarem celulares.
Para obter o número de série do seu telefone celular (GSM), digitem *#06# Aparecerá no visor um código de algarismos. Este código é único!!! Escrevam-no e conservem-no com cuidado!!! Se roubarem seu celular, telefonem para sua operadora e informem este código.
O seu telefone poderá então ser completamente bloqueado, mesmo que o ladrão mude o 'Chip'. Provavelmente não recuperarão o aparelho, mas quem quer que o tenha roubado não poderá mais utilizá-lo. Se todos tomarem esta precaução, imagine, o roubo de celulares se tornará inútil. Enviem isto a todos e anotem o seu número de série!!!
POR FAVOR, AMIGOS DIVULGUEM ESTA MENSAGEM.
' LEMBRE-SE DE QUE A FORÇA É O PRODUTO DA UNIÃO.'

HISTÓRIA DA BAIXADA FLUMINENSE

Resumo Histórico da Baixada Fluminense

Após a expulsão dos Franceses e o conseqüente aniquilamento dos índios Tupinambás é fundada em 1565 a Cidade do Rio de Janeiro. Iniciava a partir desta data a distribuição de sesmarias em todo o recôncavo da Baía de Guanabara. Liberada a terra dos perigos que poderiam oferecer as comunidades indígenas, é dado início à penetração no seu interior através de seus principais rios. Nascia no seu entorno dezenas de engenhos de açúcar, construções de igrejas e pequenas povoações, muitas delas origem dos municípios de hoje.
As bacias dos rios Meriti, Sarapui, Iguaçu, Inhomirim, Estrela e Magé foram as primeiras a serem ocupadas. Em suas margens nascem os portos de embarque. Bastante movimentados com a presença de tropeiros e de embarcações que subiam e desciam levando mercadorias da Europa para os engenhos e destes com seus produtos para a cidade do Rio de Janeiro, alem dos excedentes para o Reino. Os próprios portos eram transformados em importantes celeiros.
Os Engenhos de Cristóvão Barros em Magé no ano de 1567 e o de Salvador Correia de Sá na ilha do Governador, foram os primeiros a fumegar em território fluminense. Em 1584, menciona Anchieta “muitas fazendas pela baía dentro” e no ano seguinte diz ele ser a “terra rica, abastada de dados e farinhas e outros mantimentos, tem três engenhos...”
No século XVII o número de engenhos rapidamente crescia e o açúcar iria absorver quase toda a iniciativa dos fazendeiros do recôncavo da Guanabara. Cerca de 120 engenhos são levantados em torno da baía, e é o açúcar do recôncavo que vai afinal, como nos demais portos primitivos, erguer a economia da noviça cidade Rio de Janeiro. É também o açúcar o grande impulsionador do índice demográfico com a crescente entrada de africanos para as lavouras.
A paisagem natural vai deste modo modificando-se, fazendo aparecer os primeiros clarões nas florestas, não longe da entrada da baía começa a projetar toda uma população agrícola sobre os enflorestados morros do recôncavo e os intermináveis pântanos e alagadiços marginais.
O marco inicial da colonização no Vale do Rio Iguaçu foi a fazenda São Bento. Esta fazenda teve sua origem nas terras doadas pela Marquesa Ferreira ao mosteiro de São Bento em 1596, era viúva de Cristóvão Monteiro, primeiro proprietário das sesmarias ofertadas por Estácio de Sá no ano de 1565 em terras hoje pertencentes atualmente à cidade de Duque de Caxias. Nesse local, os monges Beneditinos fizeram erguer inicialmente uma capela dedicada a Nossa Senhora das Candeias. No século XVIII, as terras passaram para as mãos da irmandade de N. Sra. do Rosário dos Homens Pretos. Sua atividade econômica baseava-se na produção de farinha de mandioca, na cana de açúcar e na fabricação de tijolos. Nas margens do Rio Pilar, afluente do Iguassú, vamos encontrar a freguesia de Nossa Senhora do Pilar uma das mais antigas da Baixada. A primeira doação de sesmaria na região foi para Gaspar Sardinha, em 1571. Seu descendente Domingos Nunes Sardinha, abastado agricultor, construiu uma ermida em 1612, dando origem à Igreja de N.Sª. do Pilar.
Próximo as suas cabeceiras, localizada à margem direita do rio Iguaçu numa planície circundada de pequenos morros, a Igreja de Nossa Senhora da Piedade de Iguassú teve sua origem na capela que o alferes José Dias de Araújo, autorizou construir em sua terra, no ano de 1699.
É improvável, no entanto de fácil compreensão, que os primeiros núcleos de povoação não surgiram em torno de uma atividade puramente econômica, o colonizador era um homem extremamente devoto, ou quando não, demonstrava a sua religiosidade como forma de justificar o aquinhoamento de longas extensões de terras em nome da fé católica.
A presença das capelas e igrejas numa determinada região, demonstrava a importância que aquele território representava perante o poder secular e o poder eclesiástico. Essa célula inicialmente embrionária daria o surgimento de uma aldeia, uma freguesia, uma vila e mais tarde uma cidade.
Meriti assim teve as seguintes capelas descritas por Pizarro: a de São João Baptista, fundada pelos moradores de Trairaponga em 1645, em local desconhecido. Esta Capela funcionou como Matriz até o ano de 1660.
Com o crescimento de uma vila próximo ao Rio Meriti (atualmente centro da Pavuna e da cidade de Meriti), mandou-se construir em 1660 uma outra de pedra e cal (na Pavuna), transferindo inclusive a pia batismal, o que demonstraria a importância que este sítio assumia junto ao porto da Pavuna, que naquele momento já contava com uma grande quantidade portos, que escoavam a produção agrícola como o milho, a mandioca, o feijão, o arroz, legumes, o açúcar e a aguardente e ao mesmo tempo recebia os produtos importados, já que a localidade da Pavuna e Meriti, além de serem portos fluviais era também o melhor ponto onde se entrava na Baixada pelos caminhos de terra firme.
Assim, funcionava na localidade da Pavuna e do Meriti um verdadeiro entreposto comercial com toda a infra-estrutura com armazéns, trapiches, vendas e hospedarias. Por aqui passaram as pedras, azulejos, santos, móveis, pratarias, e outras quinquilharias que serviriam para ornamentar igrejas e fazendas que se construíram nas freguesias de Meriti e Jacutinga.O ciclo do ouro ocorrido no interior do Brasil, traria importância para a ampliação dos caminhos da baixada. Após o abandono do Caminho dos Guaianazes que partia de Parati, abriu-se um novo caminho através da Baixada com ligação direta entre o Rio de Janeiro e as Minas, era o Caminho Novo de Garcia Paes em 1704 – passando por Xerém, Pilar e descendo o Rio Iguassú até o Rio de Janeiro.
Em 1724 abriu-se outro por Bernardo Soares de Proença, descendo a Serra de Estrela, atingia o Rio Inhomirim e o Estrela, onde existia o porto e indo em direção do Rio de Janeiro. Formando ai um importante Arraial que se transformou em Vila em 20 de Julho de 1846. A Vila da Estrela foi próspera, por ela passou a maior parte do ouro produzido na região das gerais, era o ponto final do caminho que durante mais de século recebia todos que se dirigiam ao interior.Pelas águas do Rio Iguassú desceram a produção de café do vale do Rio Paraíba do Sul, atravessando a Baía em direção a cidade do Rio de Janeiro. Seu porto com uma dezena de armazéns em sua volta, atraiu para a localidade um grande contingente populacional, que se dedicaram nas mais diversas atividades de serviços, o arraial cresceu e virou Vila em 15 de Janeiro de 1833. Era a mais próspera das Vilas Fluminenses, possuidora de todos os Órgãos Públicos e setores de serviços.
O café foi plantado também nas encostas da serra do mar em Iguassú no século XIX. O seu comércio gerou tanta riqueza que promoveu a abertura em 1822 pela Real Junta do Comércio uma nova estrada a do "Comércio", ligando-se também a outra posteriormente construída a estrada da polícia que passava por Belém, dirigindo- se ao Rio Preto, este caminho passou a denominar-se "Caminho do Comércio”, porém, só a partir de 1837 começaram os estudos para o seu calçamento, cujo trabalho ficou sob responsabilidade do coronel de engenheiros, Conrado Jacob de Niemeyer.
Na primeira metade do século XIX o mundo conhecia a segunda fase da revolução industrial - a dos transportes. A grande novidade era o barco a vapor e a locomotiva sobre trilhos. No Brasil, Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, lançava com o apoio de capitais privados, a primeira ferrovia ligando o Porto Mauá – depois Estação da Guia de Pacopaíba à Fragoso e Inhomirim no pé da serra da Estrela, num percurso de 15,5 km.
Esta inauguração lançou as bases de uma grande transformação que se operaria ao longo da 2ª metade do século XIX, mudando completamente a configuração da geografia urbana da Baixada. A ferrovia num movimento retilíneo rasgou a baixada, diferentemente do caminho seguido pelos rios em meandros. Para a construção das ferrovias aterraram-se pântanos e brejos e desmatou florestas, de forma que a natureza sofreu grandes agressões. No entanto, as grandes transformações ocorreram no processo de ocupação humana. A primeira linha férrea construída foi em direção à região produtora de café. A Estrada de Ferro Pedro II (hoje Central do Brasil), chegou às cidades das encostas da serra do Gericinó e sul da serra do Mar em 1858 juntamente com Maxambomba (atual Nova Iguaçu), Queimados e Japeri.
Em 1876 com o objetivo de captar água para a cidade do Rio de Janeiro foi construída a estrada de Ferro Rio D’Ouro, à medida que avançava ia transportando os tubos de ferro e demais materiais completando as obras de construção das redes de abastecimento d’água. No entanto, foi somente em 1883 ainda em caráter provisório que começaram a circular os primeiros trens de passageiros que partiam do Caju em direção à represa Rio D’Ouro. Mais tarde esta ferrovia foi dividida em três sub-ramais: Ramal de São Pedro, hoje Jaceruba; ramal de Tinguá, que se iniciava em Cava (Estação José Bulhões); e o ramal de Xerém, partindo de Belford Roxo.
Em 23 de abril de 1886 é inaugurada a Estrada de Ferro Leopoldina Railway, concessionária da The Rio de Janeiro Northern Railway Company – era a primeira concessão para uma estrada de Ferro que, partindo diretamente da cidade do Rio de Janeiro, alcançava a região serrana de Petrópolis. A 28 de fevereiro de 1884 iniciou-se o trabalho para assentamento dos trilhos, o que levaria dois anos, até sua chegada em Merity (atual Duque de Caxias),
Junto a estas ferrovias seguiram outras de menor importância, mas que faziam ligações como ramais auxiliares e complementares às linhas principais. Elas surgiram em um momento que a baixada não possuía estradas, apenas alguns caminhos carroçáveis que em tempos de chuvas eram intransitáveis. O meio de transporte comum era no lombo dos animais ou ainda através dos rios. A locomotiva passou a ser a melhor opção não só de passageiros mas também para o transporte de mercadorias.
A população cansada dos naturais isolamentos, das doenças ribeirinhas começa a mudar-se para as margens das ferrovias, em principal nas paradas dos trens – onde se tinha água e lenha que serviam como fonte de energia para a locomotiva. Nestas paradas surgiam pequenas atividades de comércio, cortadores de lenha, carvoeiros e homens de serviços em geral. O crescimento rápido desta população fez destas paradas importantes estações que serão embriões dos futuros distritos de Nova Iguaçu, como Nilópolis, Queimados, Japeri, Merity, Belford Roxo, Pilar, Xerém e Estrela.
O assoreamento dos rios causado pelo desmatamento, as febres palustres e o fim da escravidão apressaram a decadência econômica da Baixada, o que levou a população em busca do Rio de Janeiro ou outras áreas produtoras para sobrevivência.
A expansão urbana neste século deu-se com a expansão das ferrovias. A venda de terras, outrora fazendas, retalhadas em lotes e vendidas a preços baixos para a moradia ou transformadas em sítios para o plantio de laranjais, estimulados pelos governos bem como a valorização no mercado mundial. Pelos diversos distritos de Nova Iguaçu cultivaram-se laranjais que ocuparam os morros e as colinas, fazendo a riqueza dos chamados capitalistas da laranja.
As oscilações do mercado mundial com as guerras, as técnicas impróprias para o cultivo e a valorização de terras para fins urbanos após o saneamento, formaram a decadência da citricultura nesta região, dando lugar às “cidades dormitórios” de uma população laboriosa que se deslocavam para o Rio de Janeiro, diariamente, em busca do mercado de trabalho.
O processo desenvolvimentista inaugurado com a revolução de 1930, a capitalização do campo, a seca no nordeste, a saída em massa do campo e a crise no sistema de parceria levaram ao êxodo rural. O inchaço populacional nos grandes centros urbanos e a exploração imobiliária pelo aumento constante do metro quadrado do solo na capital acaba empurrando grandes contingentes populacionais, para estas históricas terras.
As fazendas fracionadas em sítios e chácaras com seus imensos laranjais e horti-fruti-granjeiros, transformaram-se em áreas de loteamentos, de grilagem e ocupações irregulares. Freguesias viram Distritos e estes em municípios. Em 1924 São Matheus vira 7º Distrito com o nome de Nilópolis, em 1931 Estação de Merity, com seu povoado em volta, vira o 8º Distrito com o nome de Caxias, todos desmembrados de Meriti, que pertencia a Nova Iguaçu.
Após o regime de exceção (Ditadura Vargas), na esteira do populismo, o 8º Distrito emancipa-se ganhando status de Município, levando consigo São João de Meriti, que é transformado em seu 2º Distrito. São João de Meriti em 1947, emancipa-se de Duque de Caxias e, na mesma lei, Nilópolis de Nova Iguaçu.
Envolvida com enormes conflitos ambientais, em razão de um crescimento urbano pouco planejado, onde temos bairros residenciais convivendo com industrias de grande potencial poluidor, com despejos “in natura” em águas que deságuam na Baia da Guanabara, agravada por sua posição geográfica entre o mar e a serra, dificultando ainda mais a dispersão de poluentes como o monóxido de carbono gerado de veículos automotores.
A degradação dos manguezais, o abandono dos nossos sítios históricos e arqueológicos, a criação de áreas de preservação ambiental, o reflorestamento das encostas e morros, os investimentos em equipamentos culturais são os grandes desafios que encontramos e que solicita de nós cada vez mais empenho.
É templo de salvá-las: rios, matas, cachoeiras, sítios e prédios históricos devem ser priorizados não só sobre o ponto de vista cultural, mas como fator vital de sobrevivência, na preservação de recursos naturais como a água.

Torres, Gênesis, é professor e pesquisador de História, Presidente do Instituto de Pesquisas e Análises Históricas e de Ciências Sociais da Baixada Fluminense, Coordenador do Fórum Cultural da Baixada e Subsecretário de Cultura de São João de Meriti.

www.forumculturalbfluminense.org.br/

Comprovado: Zito não é o Pé grande

O verdadeiro Pé grande é biológica e intelectualmente mais evoluído que seu correlato caxiense.

A prestigiada Universidade de Undenberg, após minucioso exame de comparação do DNA de ambas as criaturas, chegou a conclusão de que os seres mitológicos mencionados tem origem distinta. O Sasquat - à direita - personagem do imaginário americano, é biológica e intelectualmente mais evoluído em relação à criatura que vaga pelas ruas de Duque de Caxias.


Em momento nenhum, no entanto, o falácia teve a intenção de mentir aos seus leitores ao identifica-las como sendo a mesma criatura. Na verdade os exames de DNA na época não eram tão conclusivos quanto os de hoje, daí o erro histórico do falácia.


Observando hoje a maneira como o ser caxiense se locomove, sempre de forma agressiva e as vezes até jurando vingança, descobrimos um padrão de comportamento completamente diferenciado em relação ao Sasquat americano, pois este não costuma agredir seres humanos. Ao contrário disso, sempre que é surpreendido por pessoas em seu habitat natural, o Sasquat tende a fugir e se refugiar em áreas de difícil acesso. Há quem garanta inclusive que em determinadas condições o Sasquat demonstra uma personalidade doce e cordata, ao contrário de seu análogo caxiense.


Mais uma vez o falácia pede sinceras desculpas aos nossos leitores. Podemos garantir que em momento algum tivemos a intenção de desabonar ou denegrir a imagem do Sasquat, o verdadeiro Pé Grande.
www.ofalacia.net

DIA DA BAIXADA FLUMINENSE - 30 DE ABRIL





A Baixada Fluminense possui um vasto patrimônio de valores naturais, culturais, históricos, econômicos, humanos e sociais e nos dias atuais vem enfretando o imenso desafio de superar as suas dificuldades e limitações e converter-se não apenas numa região materialmente rica, mas sobretudo numa região na qual prevaleçam a justiça social, a igualdade humana com oportunidades para todos e a melhoria da qualidade de vida para toda a população.
A intenção de se comemorar o Dia da Baixada Fluminense é a de celebrar os valores da região e discutir os problemas atuais, com a participação consciente de toda a sociedade.
O Dia da Baixada Fluminense visa, em última análise, estimular o crescimento da auto-estima da população da região.



Por que 30 de abril?



A idéia de se instituir o Dia da Baixada Fluminense, surgiu e foi aprovada no dia 09/12/2000 em encontro da Comunidade Cultural da Baixada, realizado na Faculdade de Educação da Baixada Fluminense, da UERJ, FEBF/UERJ.
A data de 30 de abril refere-se à inauguração da primeira Estrada de Ferro construída no Brasil, em 1854, que ligava o Porto de Mauá (Estação Guia de Pacobaíba) à região de Fragoso, no pé da Serra de Petrópolis.

PRIMEIRA ESTRADA DE FERRO DO BRASIL INAUGURADA EM 30 DE ABRIL 1854.ESTAÇÃO GUIA DE PACOBAÍBA - MAGÉ.
A partir daí foram construídas outras ferrovias na região e a Estrada de Ferro tornou-se um marco histórico da ocupação urbana, dando novo perfil à ocupação do solo. Foi o começo do fim dos portos fluviais de navegação pelos rios e dos caminhos de tropeiros e o início do processo de surgimento de vilas e povoados que se organizaram em torno das estações ferroviárias, origem das atuais cidades da Baixada Fluminense.


Programação


A Programação que se propõe para o Dia da Baixada Fluminense deverá estender-se por todos os municípios da região, por iniciativa tanto dos órgãos públicos quanto de toda e qualquer organização, principalmente aquelas que se dedicam às questões coletivas, sociais e culturais. Por esta razão sugerimos que cada organização elabore a sua programação para o dia 30 de abril, ou datas próximas, da seguinte maneira:
1) Por todas as igrejas, de qualquer credo ou confissão, com um culto/missa/evento especial de ação de graças e invocação de bênçãos para a região.
2) Em todas as escolas da região, de todos os níveis, se possível em cada sala de aula;
3) Por todas as associações de moradores;
4) Por todas as organizações governamentais, ONGs, sejam elas municipais, estaduais ou federais;
5) Pelas câmaras de vereadores e pelas academias de letras e artes de todos os municípios;
6) Por grupos culturais, artísticos e recreativos.
Sugerimos que a comemoração conste, pelo menos, da seguinte programação básica:
1º. Breve exposição sobre a importância histórica da Baixada;
2º. Destacar os valores naturais, ecológicos, sociais e humanos, sua importância política e econômica e a responsabilidade que cada baixadense tem com o desenvolvimento humano, social e moral de sua região;
3º. Abrir debate sobre os problemas do cotidiano da região, visando a melhoria da qualidade de vida na Baixada Fluminense.


Lei de Criação do Dia da Baixada


LEI Nº 3.822, de 02/05/2002
CONSIDERA A DATA DE 30 DE ABRIL, DIA DA BAIXADA FLUMINENSEArt. 1º. Fica a data de 30 de abril considerada DIA DA BAIXADA FLUMINENSE.
Art. 2º. O DIA DA BAIXADA FLUMINENSE será comemorado obrigatoriamente em todas as escolas da rede estadual de ensino público e em todas as repartições públicas estaduais localizadas na região.
Art. 3º. Esta Lei entrará em vigor na data da sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Publicada em 02 de maio de 2002

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BAIXADA URGENTE - DENÚNCIA


LIXÃO DO JARDIM GRAMACHO PODERÁ MERGULHAR NA BAÍA DE GUANABARA.




Os veículos de comunicação anunciaram semana passada, com inexplicável alarido, que 50% área do lixão do Jardim Gramacho, uma imposição da Ditadura durante o Governo Chagas Freitas, foi desativada porque existe a possibilidade de desmoronamento da montanha de lixo que, há mais de 25 anos, a Comlurb vem acumulando no local. O aterro de Jardim Gramacho está instalado num terreno argiloso, cercado de vegetação de mangue, numa área de 1,3 milhão de metros quadrados às margens da Baía de Guanabara. Caso o terreno ceda, milhões de toneladas de lixo afundarão na baía. Próximo ao lixão deságuam os rios Iguaçu e Sarapuí, que cortam cinco dos municípios mais populosos do estado: Nova Iguaçu, Mesquita, Nilópolis, Belford Roxo, São João de Meriti e Duque de Caxias. O anúncio da desativação parcial do lixão foi feito, como sempre, pelo prefeito César Maia, no seu ex-blog, uma espécie de Diário Oficial eletrônico da Prefeitura do Rio de Janeiro. A medida, a pretexto de salvaguardar a segurança dos catadores, funcionários da Comlurb e moradores do bairro, chega com mais de 10 anos de atraso. No Governo Moacyr do Carmo, no início dos anos 90, a então Secretária de Meio Ambiente do Município, a ex-vereadora e professora Dalva Lazzaroni, divulgou um estudo em que ambientalistas alertavam para o risco do aterro afundar na Baía da Guanabara, o que poderia provocar o desaparecimento de boa parte do Município, afetando inclusive os vizinhos municípios de São João de Meriti e Belford Roxo, por onde passa o rio Sarapuí, que se transformaria num canal para o escoamento do lodo acumulado há séculos no fundo da Baia. Esse temor é compartilhado por geólogos, pois o aterro está situado sobre uma placa, que se inclina em direção ao fundo da Baía, o que faria deslizar toneladas de lixo depositados pela Comlurb ao longo dos últimos 25 anos, cujo afundamento provocaria uma espécie de Tsunami de lama, que destruiria, de início, os bairros de Jardim Gramacho, Beira Mar, Sarapuí e Gramacho, uma vez que parte de Duque de Caxias está situada abaixo da linha de marés, como demonstram as repetidas enchentes nesses bairros sempre que chove no momento das marés altas. Na praça da Emancipação, no centro, por exemplo, ainda nos anos 30, mesmo depois da inauguração da Estrada Rio-Petrópolis, era comum os moradores apanharem caranguejos. Agora, está na hora das autoridades descerem do palanque e começarem a trabalhar por uma solução para evitar o “Tsunami do lixo” que ameaça milhares de famílias que moram na Baixada.