terça-feira, 15 de abril de 2008

BAIXADA URGENTE - DENÚNCIA


LIXÃO DO JARDIM GRAMACHO PODERÁ MERGULHAR NA BAÍA DE GUANABARA.




Os veículos de comunicação anunciaram semana passada, com inexplicável alarido, que 50% área do lixão do Jardim Gramacho, uma imposição da Ditadura durante o Governo Chagas Freitas, foi desativada porque existe a possibilidade de desmoronamento da montanha de lixo que, há mais de 25 anos, a Comlurb vem acumulando no local. O aterro de Jardim Gramacho está instalado num terreno argiloso, cercado de vegetação de mangue, numa área de 1,3 milhão de metros quadrados às margens da Baía de Guanabara. Caso o terreno ceda, milhões de toneladas de lixo afundarão na baía. Próximo ao lixão deságuam os rios Iguaçu e Sarapuí, que cortam cinco dos municípios mais populosos do estado: Nova Iguaçu, Mesquita, Nilópolis, Belford Roxo, São João de Meriti e Duque de Caxias. O anúncio da desativação parcial do lixão foi feito, como sempre, pelo prefeito César Maia, no seu ex-blog, uma espécie de Diário Oficial eletrônico da Prefeitura do Rio de Janeiro. A medida, a pretexto de salvaguardar a segurança dos catadores, funcionários da Comlurb e moradores do bairro, chega com mais de 10 anos de atraso. No Governo Moacyr do Carmo, no início dos anos 90, a então Secretária de Meio Ambiente do Município, a ex-vereadora e professora Dalva Lazzaroni, divulgou um estudo em que ambientalistas alertavam para o risco do aterro afundar na Baía da Guanabara, o que poderia provocar o desaparecimento de boa parte do Município, afetando inclusive os vizinhos municípios de São João de Meriti e Belford Roxo, por onde passa o rio Sarapuí, que se transformaria num canal para o escoamento do lodo acumulado há séculos no fundo da Baia. Esse temor é compartilhado por geólogos, pois o aterro está situado sobre uma placa, que se inclina em direção ao fundo da Baía, o que faria deslizar toneladas de lixo depositados pela Comlurb ao longo dos últimos 25 anos, cujo afundamento provocaria uma espécie de Tsunami de lama, que destruiria, de início, os bairros de Jardim Gramacho, Beira Mar, Sarapuí e Gramacho, uma vez que parte de Duque de Caxias está situada abaixo da linha de marés, como demonstram as repetidas enchentes nesses bairros sempre que chove no momento das marés altas. Na praça da Emancipação, no centro, por exemplo, ainda nos anos 30, mesmo depois da inauguração da Estrada Rio-Petrópolis, era comum os moradores apanharem caranguejos. Agora, está na hora das autoridades descerem do palanque e começarem a trabalhar por uma solução para evitar o “Tsunami do lixo” que ameaça milhares de famílias que moram na Baixada.


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