"Sobre a Estrada de Ferro de Petrópolis - "Primeira estrada de ferro do Brasil, obra do clarividente e patriota brasileiro, Evangelista Irineu
de Souza (sic) e que, por tal motivo foi feito Barão de Mauá pelo
Imperador" / "Na Raiz da Serra , carruagens, cada qual puxada por
quatro mulas" / "maravilhosa estrada" / "vegetação exuberante" / "em
certos pontos a encosta da montanha é bastante íngreme e as curvas se
sucedem de tal maneira...." / "no alto da serra, maravilhosa vista da
baía". (
Petrópolis - A Saga De Um Caminho. Carlos O. Fróes. IHP
)
Era sábado, 6 de abril de 2013. Nesse dia eu, a
Professora Regina Brandão, e os alunos Adonai, Gerson, e Natan, resolvemos encarar a travessia do
“Caminho do Ouro” ou “Variante de Proença” datada de 1724, que na prática
consistia uma variante do “Caminho Novo do Ouro” entre o bairro Alto da Serra,
em Petrópolis até o bairro Vila Inhomirim ou Raiz da Serra, em Magé.
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Rio Mandioca ou Caioaba
Nossa aventura começou no bairro de Piabetá, em
Magé, onde pegamos um ônibus da empresa Trel até o alto da Serra Imperial
Fluminense, no ponto final da linha localizado na Rua Teresa. Lá paramos em uma
padaria próxima para tomar café, compramos pães e um frango assado, que foram
de grande utilidade dentro da mata.
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Vista da Serra da Estrela e da Baixada Fluminense ao fundo
Nosso grupo de aventureiros partiu
então pela Estrada Velha da Estrela (datada do século XIX) até sua bifurcação
com o leito da antiga estrada de ferro
que subia até Petrópolis. Chegamos então ao bairro Lopes Trovão, com sua
ponte centenária por onde passava o trem. Lá paramos para tirar fotos. Logo
mais abaixo seguindo o antigo leito da extinta ferrovia, encontramos os
vestígios da “Variante de Proença”, após alguns metros encontramos a segunda
ponte sobre um riacho, onde paramos para tirar fotos. Continuamos nossa
descida, onde tiramos fotos e vimos fragmentos da estrada de ferro e do
“Caminho do Ouro”, descemos também até o Rio Caioba, que mais abaixo passa a
ser chamado de Mandioca e Inhomirim.
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Aspecto do "Caminho Novo do Ouro"
Após uma parada para nossa
alimentação, pegamos a segunda bifurcação do lado oposto ao referido rio citado
anteriormente. Seguindo em frente, encontramos uma bela cascata, onde Gerson e
Adonai , tomaram banho, e os demais tiraram fotos e descansaram. Após esse
breve descanso, adentramos em nosso
objeto de estudo e conhecimento, ou seja, o “Caminho do Inhomirim”. Antes de chegarmos na referida trilha paramos
na casa do gentil e cordial Senhor Antônio de Assis, que nos mostrou sua
criação de abelhas e sua produção de mel, e os vários bichos criados em sua
propriedade.
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Três momentos do transporte no Brasil |
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Cachoeira do rio mandioca-caioaba |
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Variante de Proença dentro da Serra da Estrela |
"Freguesia de S. Pedro de Alcântara,
Distrito da Villa de Estrella - Durante toda a fase em pauta, Petrópolis constituía-se
numa subdivisão administrativa da
Villa de Estrella, denominada Freguesia de São Pedro de Alcântara, sendo que toda a Ação
Político-Administrativo de Petrópolis
era conduzida pela Câmara Municipal de Estrella”.
(Petrópolis - A Saga De Um Caminho. Carlos O. Fróes. IHP)
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Estrada da Serra Velha e Ponte da extinta estrada de ferro |
Em nossa aventura no “Caminho
Novo do Ouro” tiramos mais de duzentas fotos, e podemos admirar todo o potencial de beleza da Serra da
Estrela ou Serra dos Órgãos, entre Magé e Petrópolis. Outro ponto que é preciso ressaltar aqui é a
qualidade da obra, que mesmo após mais de um século sem uso efetivo, continua
em bom estado de conservação. O que não ocorre com as obras públicas da atualidade mesmo com toda nossa tecnologia do século XXI. No
meio do caminho pegamos por duas vezes bifurcações que nos levaram ao
rio mandioca ou caioba, porém na segunda vez fiquei impressionado com uma
represa desativada que propicia uma linda queda de água. Só que é triste ver todo o processo de
degradação ao meio ambiente na região.
Vimos muito lixo e lançamento de esgoto entre os municípios de
Petrópolis e Magé, logo há uma precaridade nas três esferas do poder executivo (federal, estadual
e municipal) no caso do último das duas prefeituras. Chegando em Raiz da Serra ainda pegamos o
trem movido a óleo diesel até Piabetá. Confesso que tinha receio em fazer essa
trilha novamente, porque no início esta muito abandonada, e o mato esta tomando
conta de tudo, mas para minha inteira surpresa sua preservação em Magé esta
melhor que em Petrópolis. Valeu pessoal, obrigado por nossa aventura!
"A Calçada de Pedra foi
inaugurada por seu criador, S. A. o Príncipe Regente D. João, no mês de
julho de 1809, durante a viagem que fez à Baixada, a fim de
conhecer as obras que ordenara para remodelação do obsoleto “CAMINHO Novo”. Naquela ocasião, S. A. ficou
hospedado por alguns dias na sede da Fazenda da Cordoaria, de propriedade do
Capitão de Milícias João Antônio da Silveira
Abernaz. Ela continuou a receber elogios até meados de 1850, quando foi substituída
pela Estrada Normal da Estrella. Na década de 1850 ela, ainda, foi muito
utilizada, até que fosse consolidada a pavimentação definitiva da via
principal. Poucos, após comentários positivos, fizeram-lhe restrições por
ser ela, em certos pontos, muito sinuosa, íngreme ou escorregadia."
(Petrópolis
- A Saga De Um Caminho. Carlos O. Fróes. IHP)